Guia para montar planilha de orçamento mensal simples
Organizar o dinheiro com uma planilha de orçamento mensal simples funciona como um mapa que mostra para onde sua renda realmente está indo, ao mesmo tempo em que dá pistas concretas de onde cortar excessos sem sofrimento e de como priorizar objetivos que fazem sentido para a sua vida.
Quando você enxerga números de forma objetiva, com categorias bem definidas, um passo a passo claro e metas mensais tangíveis, as decisões param de depender de memória, impulso ou sensação de “acho que dá”, e passam a seguir um roteiro que protege o seu mês do começo ao fim.
Ao longo deste guia, você vai criar um modelo de planilha básico que serve tanto no Excel quanto no Google Sheets, aprender a escolher categorias de gastos que reflitam a sua realidade, definir metas mensais possíveis de cumprir, evitar erros comuns de quem está começando e adotar uma rotina de acompanhamento que cabe na agenda de qualquer iniciante.
Aviso de independência: este conteúdo é informativo, não possui afiliação com instituições financeiras e não substitui aconselhamento profissional, portanto adapte cada orientação ao seu contexto, às suas regras locais e à sua tolerância a risco.
O objetivo é oferecer um caminho didático, direto e de linguagem simples, para que qualquer pessoa em início de jornada no controle financeiro consiga dar os primeiros passos com segurança e autonomia.
O que você vai aprender
Você entenderá o propósito de cada aba de uma planilha de orçamento mensal simples, o que coloca em cada coluna e como conectar os lançamentos do dia a dia a um resumo automático que mostra o que já foi gasto e o que ainda pode ser comprometido no mês.
Além disso:
- Categorias de despesas e receitas pensadas para iniciantes, com opções de subcategorias que organizam melhor a vida real, como mercado, moradia, transporte, saúde, lazer e metas.
- Metas mensais a partir de números do seu próprio histórico, com exemplos de distribuição por percentuais e com um método rápido de revisão semanal para não estourar limites nos primeiros dias.
- Fórmulas úteis do Excel e do Google Sheets que somam por categoria, comparam planejado versus realizado, colorizam alertas quando a meta é ultrapassada e calculam sobras para objetivos.
- Erros comuns que derrubam planilhas de iniciantes, como misturar despesas fixas com variáveis, esquecer de registrar pequenas saídas em dinheiro e ignorar despesas sazonais que sempre aparecem.
- Plano de 30 dias que começa pela montagem da planilha, passa por testes com dados fictícios, entra no preenchimento real e termina em uma rotina curta de acompanhamento que se encaixa na sua semana.

Por que usar uma planilha de orçamento mensal simples antes de ferramentas complexas
Começar pelo básico reduz atrito e aumenta a chance de você manter a rotina, já que a complexidade desnecessária costuma transformar uma boa intenção em culpa e abandono.
Quando os lançamentos ficam simples, as categorias são poucas e o resumo responde perguntas objetivas — quanto já gastei no mercado, quanto falta de moradia, qual é o total do mês até aqui —, o cérebro ganha clareza para decidir sem ficar caçando número em vários lugares.
Além disso, uma planilha básica cria independência, porque você entende as fórmulas, ajusta limites, adiciona colunas que fazem sentido e, se quiser migrar para uma ferramenta mais sofisticada depois, leva consigo o raciocínio e os dados organizados.
Termos-chave do orçamento pessoal para falar a mesma língua
Receita é todo dinheiro que entra no mês, como salário, freelas, pensões ou vendas eventuais, e serve de base para definir metas de gasto e poupança.
Despesa fixa é a conta que se repete com valores semelhantes, costuma ter vencimento marcado e baixa flexibilidade de corte no curto prazo, como aluguel, condomínio, internet e mensalidades.
Despesa variável é aquilo que muda conforme o uso e as escolhas do mês, podendo ser ajustado quando necessário, como mercado, transporte por aplicativos, restaurantes e lazer.
Fundo de reserva representa a poupança de segurança para emergências, e aparece na planilha como uma “despesa intencional” porque sai da renda para construir um colchão que evita dívidas.
Meta mensal é um limite de gasto planejado por categoria, definido antes do mês começar, que direciona escolhas e alerta quando você precisa frear.
Planejado x Realizado compara o que você pretendia gastar com o que efetivamente gastou, e transforma percepções vagas em fatos acompanháveis.
Estrutura do modelo de planilha: as abas que você vai criar
Abas sugeridas para um orçamento simples e eficiente
- 1. Lançamentos: onde cada gasto e cada entrada de dinheiro são registrados com data, descrição, categoria e valor.
- 2. Resumo do Mês: um painel que soma por categoria, compara metas com realizados e exibe o saldo do mês.
- 3. Metas Mensais: tabela com o limite de cada categoria, além das metas de poupança e de pagamento de dívidas.
- 4. Fixas e Assinaturas: lista de despesas fixas com vencimentos, valores e forma de pagamento, útil para não esquecer nada.
- 5. Calendário de Contas: visão simples por dia do mês com o que vence em cada data, ajudando no planejamento de fluxo de caixa.
- 6. Tabela de Categorias: dicionário de categorias e subcategorias válidas, que alimenta listas suspensas da aba Lançamentos.
- 7. Objetivos: metas de curto e médio prazo, como montar o fundo de reserva, quitar um cartão ou juntar para um curso.
Colunas essenciais da aba “Lançamentos” e por que cada uma existe
Colunas básicas que todo iniciante deve ter
- Data: quando a movimentação aconteceu, porque isso ordena o histórico e facilita conciliação com extratos.
- Descrição: poucas palavras que identifiquem a operação, como “Mercado do bairro” ou “Mensalidade academia”.
- Categoria: etiqueta que agrupa gastos semelhantes para análise por área da vida.
- Subcategoria: detalhamento opcional que evita misturar, por exemplo, “hortifruti” com “produtos de limpeza”.
- Forma de pagamento: dinheiro, débito, crédito, PIX, transferência ou boleto, útil para separar cartão de crédito do resto.
- Valor: número positivo para despesas e positivo para receitas, com a direção indicada por uma coluna “Tipo”.
- Tipo (Receita/Despesa): campo que diz se o lançamento é entrada ou saída, permitindo somas separadas.
- Fixo/Variável: marcação que ajuda a entender qual parte do seu mês consegue ajustar com mais rapidez.
- Necessário/Discricionário: rótulo que diferencia o essencial do opcional, valioso para cortes inteligentes.
- Status (Previsto/Realizado): flag que permite lançar contas futuras e depois marcar como pagas.
- Observações: espaço para notas que expliquem exceções, reembolsos ou divisões de contas.
Exemplo de estrutura de tabela para a aba “Lançamentos”
| Data | Descrição | Categoria | Subcategoria | Forma de pagamento | Tipo | Fixo/Variável | Necessário/Discricionário | Status | Valor | Observações |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 02/05 | Salário | Receitas | Principal | Transferência | Receita | — | — | Realizado | 3.500,00 | — |
| 03/05 | Aluguel | Moradia | Aluguel | PIX | Despesa | Fixo | Necessário | Previsto | 1.200,00 | Vence dia 05 |
| 04/05 | Mercado | Alimentação | Supermercado | Débito | Despesa | Variável | Necessário | Realizado | 280,00 | Compra quinzenal |
| 05/05 | Transporte | Mobilidade | Aplicativos | Crédito | Despesa | Variável | Discricionário | Realizado | 42,00 | Semana |
| 06/05 | Academia | Saúde | Academia | Débito automático | Despesa | Fixo | Discricionário | Realizado | 79,90 | Plano mensal |
| 07/05 | Venda usada | Receitas | Eventual | Dinheiro | Receita | — | — | Realizado | 120,00 | Camiseta |
Categorias recomendadas para iniciantes, com subcategorias que evitam confusão
Receitas
- Principal: salário, pró-labore, pensão recebida.
- Secundária: freela, comissões, bicos.
- Eventual: vendas de usados, presentes em dinheiro, reembolsos.
Despesas
- Moradia: aluguel, condomínio, IPTU, energia, água, gás, internet.
- Alimentação: supermercado, hortifruti, feira, padaria, delivery, restaurante.
- Mobilidade: transporte público, combustível, aplicativos, manutenção, estacionamento.
- Saúde: plano, consultas, exames, farmácia, academia.
- Educação: mensalidades, cursos, materiais, livros.
- Lazer: cinema, assinaturas, bares, passeios, viagens.
- Pessoais: roupas, cuidados, barbearia/cabelereiro.
- Família/Pets: mesada, creche, veterinário, ração.
- Impostos/Taxas: taxas bancárias, tarifas, anuidades.
- Metas e Dívidas: fundo de reserva, investimentos iniciais, pagamento extra de cartão ou empréstimo.
Metas mensais: como definir números que cabem na sua renda
Passo a passo para sair do “chute” e chegar a limites sólidos
- Some a média de três a seis meses de receitas para entender a renda típica, ignorando picos que não se repetem sempre.
- Liste despesas fixas com valor e vencimento e subtraia da renda média, obtendo o que sobra para variáveis, metas e lazer.
- Distribua percentuais por blocos como ponto de partida, ajustando à sua realidade:
- 50–60% para essenciais (moradia, alimentação básica, mobilidade, saúde),
- 10–20% para metas e dívidas (fundo de reserva, pagamento extra, objetivos),
- 20–30% para variáveis discricionárias (lazer, restaurantes, compras pessoais).
- Defina um valor para o fundo de reserva como “despesa obrigatória desejada”, tratando-o como conta a pagar no começo do mês.
- Crie metas por categoria variável com base no histórico e nos preços da sua região, evitando cortes que gerem rebote.
- Reserve uma margem de 5–10% para imprevistos na aba Resumo, para que deslizes pequenos não destruam o mês.
- Documente tudo na aba “Metas Mensais” com uma linha por categoria e um total que bata com a renda disponível.
Exemplo de metas preenchidas para um mês hipotético
- Moradia: 1.200,00
- Alimentação: 800,00
- Mobilidade: 250,00
- Saúde: 180,00
- Educação: 150,00
- Lazer: 200,00
- Pessoais: 150,00
- Impostos/Taxas: 40,00
- Fundo de reserva: 250,00
- Total metas: 3.220,00

Resumo do mês: como montar um painel que responde o que importa
Indicadores que um painel simples precisa mostrar
- Renda do mês: total de receitas já recebidas.
- Despesas até hoje: soma de tudo que saiu.
- Saldo do mês: receitas menos despesas.
- Alerta de metas por categoria: barras ou cores quando o gasto chega a 80% da meta e quando a ultrapassa.
- Projeção simples: gasto médio diário multiplicado pelos dias restantes, para estimar se vai sobrar ou faltar.
Fórmulas úteis para construir o painel no Excel e no Google Sheets
- SOMA por categoria:
=SOMASES(Lançamentos!J:J; Lançamentos!C:C; "Alimentação"; Lançamentos!F:F; "Despesa") - Realizado x Meta:
=SOMASES(...categoria X...) - Metas!B2 - Alerta 80% (formatação condicional): regra “Maior ou igual a”
=0,8*Metas!B2 - Saldo do mês:
=SOMASES(Lançamentos!J:J; Lançamentos!F:F; "Receita") - SOMASES(Lançamentos!J:J; Lançamentos!F:F; "Despesa") - Gasto médio diário:
=SOMASES(...Despesas...) / DIA(HOJE()) - Projeção para o mês:
=GastoMédioDiário * DIA(FIM.MÊS(HOJE();0))
Passo a passo para criar a planilha do zero no Excel
Sequência sugerida para quem está começando
- Crie as abas conforme a estrutura proposta, renomeando cada uma para fácil navegação.
- Monte a tabela “Lançamentos” com as colunas essenciais, selecione o intervalo e transforme em “Tabela” para ganhar filtros.
- Configure listas suspensas para Categoria, Subcategoria, Tipo e Fixo/Variável usando “Validação de Dados”, alimentadas pela aba “Tabela de Categorias”.
- Ajuste formatos de Data e Moeda para evitar erros de digitação e garantir somas corretas.
- Construa a aba “Metas Mensais” com duas colunas, uma para categoria e outra para valor-meta, mantendo nomes idênticos aos da Tabela de Categorias.
- Desenhe o “Resumo do Mês” com uma matriz de categorias, a fórmula de somatório por categoria, a coluna de metas e a coluna de diferença.
- Aplique formatação condicional que pinte de amarelo quando atingir 80% e de vermelho quando ultrapassar 100% da meta.
- Crie um gráfico simples de barras por categoria para enxergar rapidamente onde o dinheiro está concentrado.
- Teste com dados fictícios por cinco a dez lançamentos, conferindo se as somas batem e se os alertas disparam quando devem.
- Salve um arquivo-mestre limpo, duplicando-o a cada novo mês, para não reconstruir tudo sempre.
Passo a passo para montar no Google Sheets com recursos equivalentes
Etapas que replicam a lógica com pequenas diferenças
- Crie as guias com os mesmos nomes e estrutura.
- Formate “Lançamentos” como intervalo inteligente e ative filtros para facilitar a leitura.
- Use “Validação de Dados” para listas suspensas com base na guia “Tabela de Categorias”.
- Aplique formatos de data local e moeda no padrão que você usa.
- Monte a guia “Metas Mensais” e cuide para que os rótulos sejam exatamente iguais aos das categorias.
- Construa o “Resumo do Mês” com
SOMASESe referências absolutas, garantindo que arrastar fórmulas não quebre resultados. - Adicione “Formatação Condicional” para metas com regras de porcentagem.
- Crie “Gráficos” com o editor nativo, escolhendo barras horizontais para leitura mais rápida.
- Teste com lançamentos de exemplo e confirme se o painel reage na hora.
- Ative o acesso no celular para registrar pequenos gastos em tempo real, o que evita esquecimentos.
Checklist de configuração inicial para não esquecer nada
- Tabela de Categorias preenchida e ligada às listas suspensas.
- Metas Mensais com valores e total que cabem na renda.
- Resumo do Mês com somas por categoria e alertas de 80% e 100%.
- Aba Fixas e Assinaturas com vencimentos e valores.
- Calendário de Contas com lembretes de dias críticos.
- Gráficos de barras para visão rápida.
- Arquivo-mestre salvo para duplicação mensal.
Exemplo prático de um mês fictício com números redondos
Receitas registradas
- Salário: 3.500,00
- Freela: 400,00
- Venda de usado: 120,00
- Total de receitas: 4.020,00
Despesas fixas lançadas
- Aluguel: 1.200,00
- Condomínio: 380,00
- Internet: 99,90
- Plano de saúde: 220,00
- Academia: 79,90
- Subtotal fixas: 1.979,80
Despesas variáveis realizadas
- Mercado (três idas): 260,00 + 180,00 + 145,00 = 585,00
- Transporte (aplicativos e ônibus): 42,00 + 18,00 + 30,00 = 90,00
- Lazer (cinema e lanches): 58,00 + 34,00 = 92,00
- Pessoais (cabelereiro): 55,00
- Farmácia: 38,00
- Subtotal variáveis: 860,00
Metas intencionais
- Fundo de reserva (transferência no início do mês): 250,00
- Pagamento extra de cartão (se houver): 100,00
- Subtotal metas: 350,00
Resultado parcial do mês
- Despesas totais: 1.979,80 + 860,00 + 350,00 = 3.189,80
- Saldo do mês até aqui: 4.020,00 – 3.189,80 = 830,20
- Margem para imprevistos e ajustes: 830,20, que pode ser parcialmente reservada ou usada para metas, conforme sua prioridade.
Esse exemplo mostra como o Resumo do Mês rapidamente evidencia se as metas estão sob controle e quanto espaço ainda existe para decisões de fim de mês, como antecipar um objetivo ou segurar um gasto discreto.
Erros comuns de iniciantes e como evitar
- Ignorar pequenas saídas em dinheiro: crie o hábito de lançar no celular na hora, nem que seja com descrição mínima e ajuste depois.
- Misturar despesas fixas e variáveis: mantenha abas e rótulos separados para que a análise não vire um bloco confuso.
- Esquecer despesas sazonais: inclua na aba Calendário de Contas lembranças como matrícula, IPVA, seguros e presentes recorrentes.
- Subestimar alimentação: use histórico real de dois ou três meses para definir metas, porque “achar que dá” raramente funciona.
- Não tratar poupança como compromisso: transfira o valor do fundo de reserva nos primeiros dias do mês como se fosse aluguel.
- Criar categorias demais: excesso de etiquetas trava o lançamento e desmotiva, portanto comece com poucas e refine depois.
- Depender de memória: consulte extratos semanalmente e concilie com a planilha, corrigindo diferenças.

Guia de cuidados diários e semanais para manter a planilha viva
Rotina diária em menos de cinco minutos
- Registrar gastos do dia no celular ou anotar para lançar de uma vez à noite.
- Conferir rapidamente o Resumo para checar categorias em amarelo.
- Evitar parcelamentos impulsivos ao ver metas já próximas do limite.
Rotina semanal em quinze a vinte minutos
- Conciliar extratos do banco e do cartão com a aba Lançamentos.
- Revisar metas que já atingiram 80% e segurar gastos nessa área.
- Distribuir a margem de sobra parcial entre fundo de reserva e pequenas correções.
Rotina mensal em trinta minutos
- Fechar o mês verificando se a soma de receitas e despesas bate com saldo em conta.
- Anotar aprendizados no campo Observações, como “semana de prova elevou alimentação fora”.
- Duplicar o arquivo-mestre para o mês seguinte e ajustar metas com base nos dados reais.
Dicas para usar no celular e não perder nenhum lançamento
- Ative preenchimento automático de Categoria e Descrição com atalhos pessoais.
- Mantenha uma nota rápida para anotar gastos quando estiver offline e lance depois.
- Tenha uma coluna “Rascunho” para lançamentos sem categoria definida ainda, que você resolve na revisão semanal.
- Use cor diferente para o dia de vencimento do cartão, lembrando que a compra feita hoje pode ser paga no mês seguinte.
Recursos de planilha que elevam o controle sem complicar
- Validação de dados evita erros de digitação em categorias e torna os relatórios consistentes.
- Formatação condicional visualiza limites batidos e dá foco para onde precisa agir.
- PROCV/XLOOKUP ou ÍNDICE/CORRESP preenchem automaticamente subcategorias e ajudam a padronizar.
- SOMASES permite relatórios por período, categoria e forma de pagamento ao mesmo tempo.
- Tabela dinâmica cria resumos por semana, por tipo de despesa ou por forma de pagamento em segundos.
Como lidar com cartão de crédito sem bagunçar o mês
- Trate cada compra no cartão como despesa do dia do consumo, não do dia da fatura, para o impacto aparecer onde nasce.
- Tenha uma categoria “Cartão – fatura” só para controle de conciliação, mas não a use para “esconder” compras dentro de um único lançamento.
- Anote vencimento e fechamento na aba Calendário de Contas, evitando surpresas no fim do ciclo.
- Se parcelar, crie subcategoria “Parcelado” com o número da parcela, permitindo visualizar o compromisso futuro.
Estratégias de metas mensais que mantêm motivação
- Transforme metas em valores e gatilhos, como “R$ 250 para reserva no dia 03”, e não apenas “juntar dinheiro”.
- Use metas percentuais quando a renda variar, como “10% das receitas mensais para reserva”.
- Crie metas visuais no Resumo com barras de progresso que chegam a 100% quando o objetivo é cumprido.
- Permita ajustes no meio do mês sem culpa, realocando verba de lazer para transporte se a realidade pedir, desde que registre.
Perguntas frequentes de quem está começando no controle financeiro
Preciso lançar absolutamente tudo.
Registrar a maioria dos gastos e todas as despesas maiores já produz clareza suficiente para decidir melhor, e à medida que ganha prática, você se aproxima do “tudo” sem sofrimento.
Devo usar dinheiro vivo para controlar melhor.
Funciona para algumas pessoas, mas o importante é registrar, seja no débito, no crédito, no PIX ou em espécie, de forma que a planilha reflita a vida real.
Vale a pena ter muitas subcategorias.
Comece enxuto, aprenda com os dados e detalhe onde houver necessidade de decisão, como separar “delivery” de “restaurante” se quiser reduzir apenas um deles.
Como lidar com gastos compartilhados.
Crie uma coluna “Rateio” para marcar a sua parte, descreva no campo Observações quem pagou e combine uma rotina de acerto periódico.
Planilha ou aplicativo.
Não existe resposta única, entretanto a planilha básica ensina o raciocínio, que você leva para qualquer ferramenta que escolher depois.
Plano de 30 dias para colocar a planilha de orçamento mensal simples para funcionar
Semana 1 — Montagem e teste com dados fictícios
- Criar todas as abas com a estrutura sugerida, incluindo listas suspensas.
- Preencher dez lançamentos fictícios e validar os cálculos do Resumo.
- Ajustar nomes de categorias e metas iniciais com base no seu histórico.
Semana 2 — Início do registro real e rotina diária
- Começar a lançar tudo o que entrar e sair, inclusive pequenas compras.
- Conferir o painel no fim de cada dia e atuar nas categorias que já sinalizam amarelo.
- Transferir o fundo de reserva no começo da semana, como compromisso.
Semana 3 — Revisão de metas e conciliação
- Comparar realizado com metas, realocar verbas quando fizer sentido.
- Conciliar extratos de conta e cartão, corrigindo diferenças.
- Inserir no Calendário de Contas as despesas dos próximos 30 dias.
Semana 4 — Fechamento e ajuste fino
- Fechar o mês, checar saldo final e escrever aprendizados.
- Duplicar o arquivo limpo para o próximo mês e refinar metas.
- Definir uma ação simples de melhoria para a próxima rodada, como criar subcategoria para um ponto de atenção.
Ideias de métricas simples que ajudam a decidir sem complicar
- Custo diário médio: total de despesas dividido pelo dia do mês, que mostra se está acima da linha.
- Taxa de registro: número de dias com lançamento dividido pelos dias do mês, que indica consistência.
- Percentual de essenciais: despesas necessárias sobre despesas totais, para avaliar espaço de manobra.
- Sobra para metas: receitas menos despesas essenciais, ajudando a priorizar o que construir primeiro.
Lista de verificação final antes de usar a planilha como sua “central” financeira
- Todas as colunas têm formatação consistente e validação de dados.
- Metas batem com a renda disponível e têm margem de imprevistos.
- Painel pinta de amarelo e vermelho nos momentos certos.
- Fixas e assinaturas estão completas e com vencimentos definidos.
- Calendário de Contas evita surpresas do meio do mês.
- Rotina diária e semanal está clara e ajustada à sua agenda.
Com uma planilha de orçamento mensal simples, controlar gastos deixa de ser ameaça e vira hábito que protege sua vida financeira
Quando você incorpora o hábito de lançar movimentações, olha o Resumo do Mês como quem confere um painel de bordo e ajusta metas sem perfeccionismo, a sensação de pânico aos 20 dias do mês dá lugar a decisões conscientes, a sobras planejadas e a objetivos que saem do papel.
Como o caminho começa pequeno e direto — uma planilha com colunas essenciais, metas possíveis, categorias claras e fórmulas que somam por você —, a manutenção se torna leve, a visualização das prioridades fica evidente e a motivação não depende de força de vontade inabalável, mas de um processo simples que você repete.
Se algo não funcionar no primeiro mês, você ajusta no segundo, porque o importante é ter um sistema honesto que reflita a sua realidade e que te ajude a decidir, em vez de um modelo perfeito que só funciona na teoria.